quarta-feira, 27 de junho de 2007

Éramos oito, mas, de duas em duas, as demais pessoas foram desaparecendo para além de nossas vistas, até que só sobrássemos nós dois. Toda a baderna, a confusão de sons a que nos acostumamos em tão poucas horas, cedeu lugar a um silêncio abrasador que gritava desesperadamente em nossos ouvidos.

O ar pareceu ficar mais denso, e nossas respirações pareciam congelar diante de nossos narizes. O tempo parou por completo, e, lentamente, nossos corações começaram a pulsar como um só.

Senti seu hálito quente roçando levemente no meu próprio. Nossas mãos buscaram uma à outra, e, finalmente, nossos lábios se colaram em um beijo que não mais parecia ter fim.

Nossos suores, nossas salivas... Tudo entremeado, perdido no espaço ínfimo entre eu e você, e só sobrou luz e som. Luz! Muita luz! Todas as gamas do arco-íris, até que só restou o vermelho, até que todos os sons se calaram, todos os lábios se secaram e uma palavra morreu na garganta, ressoando oca dentro de mim...

Depois, o frio dos desabraços, a tristeza dos entreolhares, as palavras que soavam como lâminas amargas... Tudo o que parecia infinito desfez-se no turbilhão de êxtase, e se reduziu a menos que nada.

E, com as roupas desamassadas, as luzes apagadas, as cortinas descidas, fiquei novamente só, no palco dos sonhos...

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